Ia contar assim que ela acordasse.
Não conseguia mais manter a mentira. Nem achava que ela estava desconfiada, mas, dentro dele, sentia-se muito mal por estar enganando ela. Sentia-se ainda pior porque sabia que, assim que contasse, ela ia se sentir a maior idiota do mundo por não ter enxergado aquilo ali na cara dela.
Ela demorava a acordar, e a ansiedade, misturada com aflição, tomava conta dele. Será que ela entenderia que toda essa falsidade tinha, no fundo, a intenção de poupá-los de uma crise pior? Que, agora mais que tudo, ele sabia que a amava? Que esperava ser perdoado?
Afinal, tinha algum crédito. Eram muitos anos de relação. Não podia pôr tudo a perder por causa de uma noite em que bebera além da conta. Seus amigos estavam de prova, vinha tropeçando desde a saída do bar. Foi muito sem querer que trombara no aparador e derrubara a vela chinesa, último presente da avó antes de falecer.
Mas ia contar, assim que ela acordasse.
Modus operandi da escrita
Há 10 anos
Meu avô uma vez quebrou uma parada da minha avó assim... mas ele nunca contou, comprou um igual...
ResponderExcluirtudo bem que vela chinesa, presente da avó, é meio difícil...
mas sempre que você quebra as coisas aqui em casa, você admite. antes, tenta colocar a culpa na tatiana, mas nunca cola...
Ahhhhhhhhhh, entendi.
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