segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Conto erótico sem nenhum palavrão

Tinha transado cinco vezes naquele dia. Não era seu recorde pessoal, mas era o recorde com ela. Não sabia do dela, mas admitia que não deveria ser também. Sua conta se baseava na quantidade de vezes que ele havia completado. Se o placar fosse baseado nela, a goleada seria menor, mas não desprezível. Mas ela também contava a partir dos resultados dele. Reflexos de um machismo intrínseco.

A primeira foi logo depois do almoço. Ainda estavam de barriga cheia, os dois. Foi uma transa preguiçosa, de lado, movimentos sem muita gana. Os dois morgados e sonolentos na sesta. No fim, ele sim, ela não. Mas tinha sido bom. Serviu para aproximar os dois para o cochilo da tarde. Dormiram abraçados, o que não era muito comum.

A segunda vez começou com uma surpresa. Ele ainda dormia, acordou com um belo presente dela. Ainda estava lerdo por conta do sono quando ela subiu por cima dele e fez praticamente todo o trabalho. Ela parecia ter vindo direto de um sonho erótico. Ele estava claramente em uma outra sintonia. A distração do sono, ao mesmo tempo que lhe roubava um pouco da libido, lhe rendia alguns minutos a mais que o habitual, o que, por sua vez, permitiu a ela concluir seus intentos. Foi bonito, os dois quase ao mesmo tempo. Ele acordou perto dos finalmentes, de vez.

Não demorou muito, veio a terceira. Agora os dois totalmente acesos, sem desculpas, todos os órgãos do corpo pareciam voltados para aquilo. A performance foi memorável até. Algumas trocas de posições, desejo em alta, corpos que suavam e se preenchiam. Sucesso. Ela empatava o placar com uma rodada dupla. Não contou pra ele, mas ele percebeu que ela tinha adorado. Ganhou beijinho ao pé do ouvido. Pra ele também tinha sido ótimo.

Ela achou por bem retribuir o sucesso obtido anteriormente, e, meia hora e um episódio de Californication depois, presenteou-lhe com uma de suas modalidades favoritas. Passou uns 5 minutos proporcionando-lhe prazer, até que não resistiu e virou-se, num convite irrecusável que ele prontamente aceitou. A quarta vez foi apoteótica e bastante demorada. Até mais longa do que deveria, no final estavam exaustos, quase desistindo. Ele, principalmente, já que escolheram posições que exigiam de seu parco preparo físico. Prometeu-se, mentalmente, voltar para o tênis na segunda-feira. Mas chegaram até o fim, que era, na verdade, o fim dele. Ela se deu por satisfeita dele ter terminado. Já estava distraída, pensando nos afazeres da semana.

Dormiram, bem cansados e suados. Ele pôs o ventilador no máximo, ela desfez-se do lençol. Ele acordou com ela procurando suas coisas. Propôs um banho, ia fazer bem. Entraram juntos no chuveiro. Ele abriu mão da água fria que preferia, só para agradá-la. Ela começou a ensaboá-lo, e ele a ela. Se abraçaram, se beijaram, e transaram em pé, enquanto a água corria. Usou as mãos em parceria. As suas e as dela, nela. Ela chegou antes dele. Até agora ela não sabe se ele acabou chegando, ou mentiu para encerrar. Por um momento, pensou se de repente ele teria enjoado. 5 vezes, e nem eram namorados. Ainda, pelo menos.

Afastou esses pensamentos quando ele lhe deu um beijo ardente e demorado, como se o chuveiro fosse a chuva dos filmes românticos, em que o casal se beija apaixonadamente, a música sobe, fade out, e vivem felizes para sempre. O cenário não era de chuva, nem havia trilha sonora, mas com o chuveiro como testemunha, aquele casal que pensava estar apenas se divertindo num pernoite de motel, na verdade, estava começando a descobrir o amor.

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