Ia contar assim que ela acordasse.
Não conseguia mais manter a mentira. Nem achava que ela estava desconfiada, mas, dentro dele, sentia-se muito mal por estar enganando ela. Sentia-se ainda pior porque sabia que, assim que contasse, ela ia se sentir a maior idiota do mundo por não ter enxergado aquilo ali na cara dela.
Ela demorava a acordar, e a ansiedade, misturada com aflição, tomava conta dele. Será que ela entenderia que toda essa falsidade tinha, no fundo, a intenção de poupá-los de uma crise pior? Que, agora mais que tudo, ele sabia que a amava? Que esperava ser perdoado?
Afinal, tinha algum crédito. Eram muitos anos de relação. Não podia pôr tudo a perder por causa de uma noite em que bebera além da conta. Seus amigos estavam de prova, vinha tropeçando desde a saída do bar. Foi muito sem querer que trombara no aparador e derrubara a vela chinesa, último presente da avó antes de falecer.
Mas ia contar, assim que ela acordasse.
Modus operandi da escrita
Há 9 anos
Meu avô uma vez quebrou uma parada da minha avó assim... mas ele nunca contou, comprou um igual...
ResponderExcluirtudo bem que vela chinesa, presente da avó, é meio difícil...
mas sempre que você quebra as coisas aqui em casa, você admite. antes, tenta colocar a culpa na tatiana, mas nunca cola...
Ahhhhhhhhhh, entendi.
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