Como ela podia ser tão egoísta? Só cobranças, cobranças, cobranças. Vai pra onde, com quem, que horas, até que horas, como, quando, por quê. Cada frase terminava com uma interrogação. E ele tinha certeza que vinham vários pontos de exclamação depois. Assim???!!! Assim mesmo.
Já nem se lembrava mais de como ou porquê a discussão começara. E, de repente, isso era o menos importante, uma vez que o percurso da discussão levou os dois a caminhos pouco saudáveis para o relacionamento. Gritos, resmungos, irritação. Estupidez.
Estava sem paciência. Não estavam os dois? Não podia continuar assim. Brigas quase diárias, agressividade, lamúrias. Qualquer coisa irritava. Os defeitos estavam cada vez mais intragáveis, as qualidades tornaram-se obrigação e rotina.
Que horrível. Não era a combinação mais feliz. E começou a recordar do porquê tinham chegado tão longe no relacionamento, o maior da vida de ambos. O sorriso, o prazer, a companhia. O sorriso pelo prazer da companhia. Cumplicidade. No olhar, no toque, nos gostos. O gosto, o cheiro, o tato.
A palavra certa na hora certa. A surpresa boa. Jantar fora, cineminha, ficar em casa, filme, seriado, programa de TV. As fotos na parede, as viagens. A paranóia de regime, rodízio japonês, tô gorda, tá linda!, um beijo, um abraço, um afago.
Comprou a dúzia de rosas mais bonitas e só tinha olhos pra dali pra frente. Era mais ela, mais com ela, mais, mais, mais.
E esperava que ela tivesse raciocínio semelhante, vez ou outra. Sabia que flores não durariam pra sempre.
Modus operandi da escrita
Há 9 anos
gostei muito.
ResponderExcluire nem parece ficção, viu. certeza que foi baseada em fatos reais, rs
impressão sua, aqui é tudo ficção. :)
ResponderExcluirMas, como há de se reconhecer, as mulheres têm sempre razão... :*
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